. a arte de parar

daí eu fiquei uma noite quase inteira conversando com um amigo sobre o quanto é chato o tal do processo envolvido no ato de seduzir alguém.
olha, pisca, dança, faz a sensual. aproxima, vê de-qualé-quié, se afasta, espera uma aproximação da outra parte. é um jogo de egos, na verdade. um jogo de egos muito do desgastante isso sim. prq é fato que é muito chato você ficar lá, se fazendo de bacana pra esperar que alguém te note (no caso, alguém que você já notou). o pior disso tudo é se gastar inteiro pra "aparecer" pra uma pessoa específica e, nese meio tempo, não prestar atenção nas outras possibilidades existentes; e pior, não ver que existe, logo ali no outro canto da balada, alguém fazendo tudo isso pra aparecer pra você. o pior mesmo, é se acabar de se esforçar e voltar pra casa de *cof cof* mãos vazias.

daí que, já bêbados, resolvemos sair um pouco da pista (sim, esse papo todo foi enquanto dançávamos) e ir comer um cachorro-quente (prq cachorro-quente as cinco da manhã no meio da balada é sucesso. basta penas conhecer o segurança e fazer com que ele te deixe entrar de novo sem ter de pagar outra entrada. beyjos). no meio da comilança percebemos que estávamos na verdade tentando "aparecer" um pro outro e daí um interesse mútuo começou a brotar. comemos e ficamos ali, sentados na porta da balada, nos olhando. ele levantou e disse "laranja, a gente é muito igual. a gente devia é namorar". e entrou de novo na buatchhy. e eu fiquei lá, com cara de panguá, sem saber o que fazer. nessa noite não fiz nada (como sempre), até prq ele estava acompanhado, mas uma hora lá ele me prometeu que na próxima vez que nos víssemos estaria sozinho. ok.

encontrei com ele nesse fim de semana e me vi, de repente, fazendo tudo aquilo que tínhamos comentado...pra ele! dancei, olhei, pisquei, fiz a sensual. pra ele! e ele viu! mas fez de conta que não. ele estava sozinho, como prometido. mas agiu como aqueles a quem criticamos algum tempo atrás. sacou como as coisas funcionam de maneira difícil nesse mundo? mesmo quando estamos conscientes de que tem alguém nos querendo, fazemos charme, fazemos de conta que não vemos. prq? pra satisfazer o ego? talvez. e dá-lhe desgaste. física e emocional. prq o que desgasta a mente (se concentrando no alvo), desgasta a carne (siacabando pra dançar que nem a brit)

toda essa história foi pra dizer que, depois de muito tentar (e não estou falando especificamente dele), resolvi parar. assim, simplesmente. parar de tudo. parar de tentar seduzir, parar de esperar alguém me seduzir.
claro, não morri. estou livre, leve, solto e caindo na balada. e sem me preocupar com isso (pelo menos não como me preocupo atualmente). a putaria faz parte de mim, faz! mas a gente consegue sim, viver sem isso (pelo menos em teoria).

até que apareça alguém que me faça querer parar. parar de parar, entendeu?

ps1.: no segundo encontro, claro, beijei ele. pq num sou de ferro, né? joguei na parede e lasquei um beijo. rápido, mas beijei.

ps2.: só deixando bem claro. a putaira faz parte de mim sim. tipo que a putaria está para mim como a água está para o corpo do ser humano. 75% é feito dela.