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Categorias e Gêneros: Animação
Alice No País das Maravilhas é uma animação dos Estúdios Walt Disney, de 1951. Adaptada a partir dos livros Alice No País das Maravilhas e Alice No País dos Espelhos, ambos de Lewis Carroll, o filme faz sucesso desde os tempos de seu lançamento até hoje. Realizado com animação tradicional, manual, o grande diferencial de Alice... é o visual psicodélico e colorido.
A obra de Lewis Carroll é carregada de simbolismos, mensagens subliminares e metáforas. Portanto, adaptar os livros para o cinema e deixar esses aspectos de fora tiraria a graça da história da menina que, um dia, resolve seguir um coelho e acaba caindo num mundo fantástico, onde flores, animais e cartas de baralho tem vida e são governados por uma maligna e louca Rainha. O filme é cheio de cores, surrealismos e muita música.
Realizado numa época onde os conceitos de politicamente correto eram diferentes dos atuais, em Alice... podemos ver personagens que fumam sem parar (a Lagarta e o Pelicano), tomam chás (subliminarmente, alucinógenos. A "casa" do Chapeleiro Maluco fica no meio de uma floresta de cogumelos) e são sádicos (a Rainha de Copas). Hoje em dia, por mais malvado que um personagem de animação seja, ele não irá fumar ou fazer alusão, ainda que implícita, ao uso de algum tipo de droga (a Lagarta, que não é um personagem maldoso, fuma em um narguilê em algumas seqüências do filme, e o Pelicano fuma cachimbo). Uma seqüência interessante é aquela onde Alice acha um vidrinho verde-azulado com um liquido dentro, com uma etiqueta escrito "Me beba". Só depois de tomar esse líquido verde é que Alice consegue atravessar a porta que leva ao País das Maravilhas. Seria esse líquido absinto e a viagem de Alice seria uma alucinação? Ainda no absinto, quase todos os cenários do filme foram pintados com aquarela e em tons de verde e azul, o que dá uma aparência liquida e fluida aos panos de fundo onde a ação se desenrola.
Como na maioria dos filmes dos Estúdios Walt Disney, Alice... possui uma série de musicais, que permeiam a história e ajudam a dar cara aos personagens. Nesse caso, os musicais são muito pertinentes, pois, além de ajudar a resumir a história, refletem um ponto presente nos livros de Carroll, que são as poesias. Assim como no filme, as músicas pontuam o roteiro, no livro, sempre há um ou outro momento poético dando tom a história.
Alice No País Das Maravilhas foi co-dirigido por Clyde Geronimi (12/06/1901- 24/04/1989), Wilfred Jackson, Hamilton Luske. Dos três, o que mais realizou trabalhos nos Estúdios Disney. Analisando sua filmografia, percebe-se no diretor uma predileção por trabalhar em adaptações de clássicos das histórias infantis. Entretanto, consta ainda a direção do curta-metragem “Educação Para A Morte (Education For Death, 1944)”, que, embora também seja a adaptação de uma obra literária (Education For Death: The Making Of Nazi), foi apenas um dentre os vários curtas metragens produzidos pelo Estúdio e que “denunciavam” os perigos do regime nazista recém-instaurado na Alemanha.
Clyde Geronimi, filmografia:
1944 – Educação Para a Morte (Education for Death)
1950 – Cinderela (Cinderella)
1951 – Alice No País das Maravilhas (Alice In Wonderland)
1953 – Peter Pan (Peter Pan)
1955 – A Dama e o Vagabundo (Lady And The Tramp)
1959 – A Bela Adormecida (Sleepin’ Beauty)
1961 – 101 Dálmatas (101 Dalmatians)
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Analisando Alice No País Das Maravilhas - pt 3
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